sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Ta-dááááááá!!!! Olha eu aqui de volta, depois daquele dia....: Sabe?! Aquele que todos temem???? Aquele que da vontade de sair correndo? Isso!! Esse mesmo: O DIA EM QUE VOCÊ ESTA SOZINHO NO HOSPITAL!!!!!!!!!!!!!! oO
Sim! Pratileira estaav só... Palhaça gritona, agitada, ficou pequeniniiinha... Ainda bem, que levei um boneco de fios, Sr. Ran Cá-Olho. Ele mes fez companhia.

Pronto Socorro, ala querida foi tão sossegada. Poucas risadas, muita conversa. "É... preciso ser mais palhaço do que gente" penso assim quase todo o tempo.

UTI Adulto: ala querida, que agora esta muuuuuuuuuuuito grande, foi bão foi bão. Muitas risadas, mas de poucas pessoas. "É... preciso ser palhaça..." o pensamento vem e volta.

Pediatria: Rá!!!! Que surpresa!!! Foi muito bom!!!! Com direito a teatro de boneco, mães fazendo piratas, crianças fazendo tubarões, funcionarios fazendo peixes! Uau! Todos os quartos foram divertidos! Mãããããsss um menio conseguiu arrancar um braço do meu Ran Ca-Olho! =/

Fazer o que!? Pratileira não se controla e descontrola todo mundo!


No final das contas, sinto falata de mais palhaços e sinto falta de uma reciclagem. Sabe?! Problemas de atriz mesmo. Preciso de repetório clownesco.

BOm mas espero em breve resolver este micro-problema.

Bjo da Magra!! hehehehe

segunda-feira, 12 de julho de 2010

sextas passadas...

Bem, com o final de semestre fica praticamente impossível ser regular por aqui.
Passaram-se sextas e o que a memória me permite será escrito.

Antes éramos 12, hoje somos 2.
Em dias que o desânimo e a insegurança afeta a todos é difícil começar bem. Só depois que a máscara esta posta, as coisas começam a fazer sentido.

Encontros em corredores, convites que são sempre adiados.
Desta vez nos pegaram de jeito. Fomos à Psiquiatria. É engraçado perceber como alguns "loucos" são mais conscientes do que muitos "normais". Pulamos feito Pipoca, com a pula-pula, estabelecemos relações normais, num ambiente muito diferente. Senti na pele a distância e o frio. O medo esteve presente em quase todos os momentos. De repente toda nossa lógica, já não era tão ilógica assim. Lá não somos palhaços, somos "normais".
Uma sensação de medo, medo de ser meu futuro. Pareço não estar muito distante daquela realidade. Nesta não consegui deixar "as coisas" do Hospital, no Hospital.
UTI difícil...

A desmotivação foi maior e uma sexta não houve palhaços.

Um encontro com o Diego (Pampa) a saudade do que poderia ter sido aumenta a vontade de mudar, mas também aumenta o desânimo. E lá vamos nós, eu e o desânimo.
Me troco, espero, respiro fundo e vou.
Nesse dia tudo foi silêncio, desde o começo, lágrimas contidas. Vou me jogar e fazer o que dá.
UTI Adulto, legal, foi uma injeção de ânimo... os pacientes dormiam, a equipe escrevia, conversas, brincadeiras. É bom receber sorrisos, quando não se é capaz de oferecê-los.
Corredores longos, abaixo assinado, viro a tiazinha do elevador, e uma grande pediatria pela frente. Boa recepção pela equipe, visitas tranquilas, alguns risos contidos, algumas gargalhadas e uma enxurrada de lágrimas, terapia do abraço e no final um sorriso.
Brinquedoteca, conversas e sorrisos.

Não foi tão difícil, mas não foi bom. Palavras do dia saudade e superação. Um dia a gente aprende a andar sozinha, dói, mas é necessário. Ao final aquelas lágrimas contidas do começo se mantiveram contidas, será que eu cresci?

Saudades


O Tempo é revelador para todos nós que fizemos ou fazem parte deste projeto que é o "Pediatras do Riso". A minha formação de clown se iniciou neste projeto, ao qual grandes momentos e pessoas compartilhei momentos únicos. A formação de um ser mágico que convive com a dor e o amor ao mesmo tempo é algo que nunca poderei apagar nos momentos que estive no H.C. Saudades dos mestres que tive, como o Pampa(Diego) e Walace( Welerson). Saudades da Sendy( Fernandinha), Matéria(Gaby), Tatha(Thábatta), Black(Bárbara), Lina(Carol, Alco-iris(Ana Célia) e de alguém que esteve conosco em um derteminado tempo, a psicóloga Kátia. Momentos únicos na UTI adulto... momentos em que o Pietro Paladini cresceu e amadureceu.
Hoje me deu saudade...
Lembro da cor Branca!!!!
Beijos

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Reflexões

Depois dos trabalhos de sexta fiquei me perguntando, como nossas visitas ao Hospital podem nos fazer tão bem? Como diante de tantos sofrimentos, de atitudes que nos revoltam, de momentos de tensões. Como nós podemos sair de lá satisfeitos?
É tudo tão grande, tudo tão forte e errante. Lidar com os extremos de tudo, da dor, da alegria, do medo.
Eu fico pensando que o palhaço realmente é um ser diferente, sublime, porque é tão difícil saber de histórias de violência, de maus tratos, de acidentes. Pra mim é tão difícil pensar em como mudar a vida dessas pessoas e parece ser muita responsabilidade pra um ser humano qualquer.
Que poder é esse que um simples nariz vermelho exerce sobre nós? Que poder ele tem de mudar tudo pelo simples fato de estar ali? e como é difícil lidar com isso em alguns momentos já que a primeira atitude pensável de um ser humano que se preocupa com outro é querer curar todas as feridas, todas as dores, mas nada disso está ao nosso alcance.
Todos deveríamos ser mais palhaços do que humanos.
Depois de muito pensar cheguei a conclusão de que se não fosse um simples nariz vermelho, tudo me seria pior do que parece.
Mas o que eu não entendo é como isso acontece. Que magia é essa que envolve os palhaços?

quarta-feira, 2 de junho de 2010

O Quinteto feminino do HC

Cinco palhaças mulheres (Lolol, Prateleira, Alco-iris, Gueta e Matéria)adentraram ao Hospital das Clínicas da UFU rumo ao Setor de qeimados, um pouco temerosas, um pouco ansiosas lá foram elas.
Lá chegando souberam que apenas três poderiam adentrar o setor. Dois ou um. Não valeu e quem entrou foi Lolol, Prateleira e Matéria, foram muito bem recebidas pelos Smurfs, trocaram de roupa, (decepção não ficaram iguais aos Smurfs), mas em compensação elas pareceram duendes. Uma paciente não quis a visita delas, então elas cantaram da porta mesmo e desejaram boa noite. No outro quarto qual foi a surpresa, quando de repente elas avistaram a Rainha Dora que queria muito ir para casa e um saco de dinheiro, Lolol até que tentou fazer com que ela tivesse ma viagem astral e se materializasse em sua casa, a Matéria se apressou pediu um saco a Smurfete gritou dinheiro lá pra dentro e entregou fechado a sua nova rainha, não havia muita gente habitando aquele espaço e lá se foram as duendes, voltaram a ser palhaças.

Lolol, Prateleira e Matéria passaram pelo Pronto-Socorro, o caus novamente instaurado naquele lugar. Teve uma senhora que acreditou que a Matéria tinha caido de cara no chão e machucado o nariz, disse pra ela fazer uma plástica já que o tom vermelho do nariz distoa de sua pele branquinha. O "Sr. Luis" de 93 anos abriu um sorriso lindo quando avistou as três e os quatro dançaram Y.M.C.A. e ele ficou sorrindo feliz com a visita. Lolol se foi, depois a Matéria e a Prateleira se perdeu.

Gueta e Alco-Íris aguardavam o restante do quinteto para iniciar os trabalhos na Pediatria. Por lá tudo correu bem. (memória me falta)

Em conversa com as novas psicólogas elas contaram como foi o dia, deram o abraço final e lá se foram...

Dia BOM.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Um dia Diferente



Divertido! Contrariando todas as más vontades.
Chegamos atrasadas ao hospital (bárbara e eu) a Maria já nos esperava. Resolvemos então enfrentar o setor de queimados, saimos do vestiário sem roupa nenhuma, sem maquiagem, sem ânimo de certa forma. Passando pelos corredores sem sermos vistas, adetramos no sub-mundo do corredor desumano. Batemos na porta uma enfeira nos recebeu meio sem vontade e o Dr. Marcelo estava em procedimento.
- Volta daqui meia hora.
- tá. O que faremos agora?
Vamos resolver a questão do psicólogo, não dá pra ficar sem psicólogo.
- Volto já, fui ao protocolo.
- nossa ninguém está querendo falar com a gente.
Depois de alguns minutos de espera, decidimos nos vestir. A Maria ficou pra tentar falar com as psicólogas Bárbara e eu nos trocamos.
E toda a magia de ser palhaço aconteceu, contrariando todas as contradições.

FOI UM DIA FANTÁSTICO.



Estávamos lindas,Matéria e Gueta, viemos de Paris. Saimos saltitantes e cantantes do vestiário, logo de cara nosso público nos esperava ansiosos pelo nosso grande número (piadinha), tinha umas pessoas sentadas em cadeiras tomando um pouco de Sol e um dos acompanhantes disse que a Matéria não sabia fazer nenhum número (como nesse mundo e em todos os outros, nada se cria tudo se copia, lembrei de dois saudosos palhaços que muito me motivaram e continuam a motivar, de um número grandeoso e perigosíssimo já apresentado no corredor da Pediatria por ninguém menos que Walace Wace e Pampa. Pedi uma cadeira e disse que iria realizar um número dificílimo dar um salto triplo carpado dando piruetas sem tirar os pés da cadeira, minha companheira logo entrou no jogo e me ajudou a compor a atmosfera de excitação, quando a gente deu pela gente o número de pessosas tinha dobrado, algumas pessoas apareciam até nas janelas para ver a bagunça toda acontecer, depois de várias contagens e de vendar os meus olhos, lá me fui dar o bendito salto, aplausos se seguiram e ninguém entendeu nada.
- Você tirou os pés da cadeira.
- não Senhor, os quatro pés da cadeira continuam aqui.
Ovacionadas, nos fomos, muito felizes pelos resultados adquiridos.)

Chegando na UTI adulta, deram com a porta na nossa cara e começou uma grande improvisação melodramática.
-Oh! Porque fizeste isso comigo, Oh como sofro! destitosa sou.
E aquele ambiente foi se modificando aos poucos, os enfermeiros riam e o Sr. José que estava na cama, quase caiu de tanta curiosidade, descobrimos então que ele estava de alta.
- Uhuuullll festa!!!! Cadê o bolo, os balões, a música? Vamos fazer.
O que vamos escrever.
Uhuuullll, vai com Deus e Volte sempre. Melhor tirar o volte sempre.
Com vários dedinhos sorridentes entregamos ao Sr. José seu balão de boas idas.
jogamos um pouco mais, ajudamos ele sair de vez e nunca mais voltar.

Fomos para Pediatria, uma mulher queria a alta, a Gueta me chamou, ela não se contentou muito, eu expliquei a ela que a mais alta que tinha ali hoje era eu, ela sorriu e desistiu da alta.
(memória que me falta)
Enfim, um dia diferente dos demais, um dia em que eu não dava nada por ele e foi perfeito!

Aproveito o espaço pra deixar registrado a saudade e a admiração aos palhaços citados acima. Vocês fazem muita falta!

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Tchu-ru-ru-ru-ru! Tchu-ru-ru-ru-ru! Tchu-ru-ru-ru-ru Ru-ru Ru-Ru!
Rá!!!! Voltei para o Bloguinho sem muitas coisas pra dizer:
Pratileira e Materia alones pelo hospital... Liberdade demais, jogos tranquiliiiinhos, um óbito (!!) e um pouco de mau humor habitando a pessoa-atriz-palhaça em Pratileira.
Sabe, esses dois ultimos posts das moças me fizeram pensar na visita ao hospital sozinha. Pensa????!?!? Imagina se hoje eu estivesse sozinha??!?! Porque eu sou costumada a ocupar o espaço, ser grandona, e hoje eu tava tão pequenininha. E tudo parecia mais vazio, sem graça.
Um menino me disse que eu não tinha graça. Eu disse que eu num tinha mesmo, aí ele disse que eu estava ali pra isso: Para TER graça. ¬¬ Aqui pra ele ó. Não gostei. Não tenho que ter graça, tenho?! Pelo menos arranquei umas risadas dele... Mas ele queria o quê????!?!!? Gargalhar??!?! Hã!
Uma mulher sentia muita dor no Pronto Socorro e chorava. Ai fiz carinho nela um tempão, acho que foi bom. Não me comoveu tanto, mas me incomodou o cheiro... Senti o seu bafo da porta. Parece que ainda sinto... Coisas de hospital né?!
Na UTI adulta um óbito, que Pratileira e Materia, zoaram muito... Muito assim: com respeito. Nada de muito chocante eu acho... endurecemos no bom sentido.
E muitos abraços de Feliz dia Das Mães e Sr. luiz Falando bastante.
ÉÉÉ!!! Muitos pacientes melhoraram.
Enfim, dia Bom Vai!!!

sexta-feira, 30 de abril de 2010




Hoje ( sexta)...procurando palavras ainda: (( especial pedido de Prateleira))

Tive muito medo, quando a gente está mais só, ali...tem uma coisa na gente que quer sair correndo, ir embora e nem olhar pra trás...mas algo te faz respirar fundo e se concentrar no nariz e na coragem necessária. Se assemelha um pouco ao instante antes de pular de um trampolim. Medo, medo, medo, medoooooo. Levei a flauta contralto,antes de me preparar enrolei um pouco pra ver se o Dengo não me salvaria....nada...me vesti, e do lado de fora já comecei a tocar uma melodia romântica, olhando pras janelas de cima...ninguém aparecia. De repente começam a surgir rostos, muito bom....alívio.

A Lolól estava mais calada, e os jogos dela foram mais mudos do que de costume, estava mais sútil, mais augusta também sem ter que ser branca ali. Me senti mais próxima do que ela foi quando nasceu, minhas interações eram menores, mais imagéticas, o olhar era forte.

Muitas pessoas choravam, estive com uma mulher na janela, que chorava fundoo. Eu disse que não podia fazer nada se tinha nascido feia, não foi uma piada muito elegante mas ela mesmo assim sorriu, fiquei ali com ela um pouco e subi...

Na U.T.I pediátrica todos no sono quase, menos um bebezinho. O pai dele também quase chorou me contando do nada o seu histórico médico enquanto acariciava suas bochechas gordinhas com muito amor. Eu estava mais sensível ou as pessoas chegavam mais perto neste dia?

U.T.I adulta, visitei um amigo internado, ele se mechia muito, chorava, estava entubado....eu nem conseguir sustentar o nariz ali, tive que tirar e lidar com a situação de outra forma. Momentos em que o clown se dilui no meu do sentimento da gente.

Pediatria foi tranquila, até que uma criança chorou quando eu tocava flauta e a mãe brigou comigo....saí do quarto piando fino.

Resumindo...foi um dia de preciosos instantes, mas eram justos os mais contidos, que passavam mais desapercebido, só contando com a cumplicidade do clown e de mais alguém...e também foi um dia difícil pelo excesso de sentimentos compartilhados. Valeu...

sexta-feira, 23 de abril de 2010



Prateleira, Matéria, Lolól e Gueta ( pulou com o trem já tendo partido, fizemos uma preparação com uma brincadeira de sílabas, e fomos brincando. Pronto Socorro....socorrooooo; U.T.I pediátrica calmaaaa; U.T.I adulta...me sugou um pouco - já que visitei um conhecido internado lá. Os jogos foram ótimos de maneira geral, estávamos bem juntos, as pessoas estavam receptivas, afora uma criança que chorou de susto - o que acontece pela maquiagem e figura do palhaço...

O que ficou forte pra mim hoje foi a dureza da vida; a concretude da dor humana e ao mesmo tempo da generosidade, que faz com que as pessoas, mesmo sob as situações mais difíceis, brinquem e sorriam e estejam ainda ali tão abertas pra vida. Hoje o que fica foi isso...porque tem dias assim em que o palhaço doutor se sente um impotente diante da concretude da dor, e mesmo assim....brinca e ri.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Insegurança, medo e preguiça.

Sexta passada quando cheguei ao hospital me senti sozinha e desmotivada. Comecei a me arrumar respirei fundo e disse: o dia de fazer sozinha chegou.
Sai do vestiário, munida com minhas bolinhas de sabão (com medo) e quando estava quase virando a esquina avistei o Leandro. Ufa não vai ser hoje que eu vou sozinha.
Enquanto ele se arrumava, fiquei por ali, tomando Sol na "Lage", servindo de cupido pro "Tio que come gente", fazendo serenata.
Eis que surge o Dr. Dengo com duas bolinhas, perguntando se alguém tinha perdido. (risos).

Fomos à UTI Infantil e lá me dei conta de quanto tempo que vou ao Hospital. Como ele cresceu e tá bonito, havia uma enfermeira no quarto e ele se mexia pra olhar quem vinha chegando, com bolinhas fomos entrando de vagar no quarto, bonito foi ver a Tia Tati (como ela mesma se chamou) tentando fazer bolinhas pra ele. Detalhe: ela quase não conseguiu. E então o momento mágico que justifica tudo. Quando ela colocou a bolinha de sabão na mão dele, ele abriu um sorriso lindo e ficou segurando a bolinha.
Alguns pacientes que estavam na Pediatria haviam subido pra UTI, cantamos e fomos embora.

UTI Adulto. Como uma equipe diferente da normal estava calma demais. Havia uma mãe chorando, quando entrei no quarto vi que era uma criança. Como assim uma criança na UTI Adulto? Não ele tem 15 anos. Aguardei o desabafo segurando em sua mão, cantamos uma música dei um beijo e um abraço e me fui. Vi o Sr. Luis pelo vidro e comecei a conversar com uma enfermeira sobre os "casos" dos pacientes. Depois em reunião com o psicólogo o Lenadro/Dengo disse que se sentiu perdido quando eu comecei a conversar sobre o que os pacientes tinham com a enfermeira. Disse a ele que já não sofro por saber o que os pacientes tem (na UTI) e que pra mim até me ajuda a jogar com eles e com a equipe, já que muitas vezes discuto com eles o que é melhor pra cada paciente.
Na saída da UTI lá estava o Tião, sorridente e brincalhão como sempre, perguntando porque já estávamos indo embora.

Na Pediatria nos dividimos. Teve alguns momentos divertidos como dançar Michel Jackson (?) com o paciente, brincar de descobrir desenhos em nuvens, conversar sobre a vida dentro de um quarto, cuidando da filha há 3 meses. Palavras que confortam.

Depois reunião com o Chicão e rua.

Foi um bom dia, apesar dos pesares. Preguiça da Pediatria. Tô precisando de lugares novos
.

Ah! Eu sou Matéria.

A observação da observação. Reflexões sobre o trabalho.

Sexta-feira 09/04/2010.

Eu me sentindo mal fui só pra observar.
Observei que o Pronto Socorro é um espaço que os pacientes e acompanhantes precisam muito de nós Doutores Palhaços ou só Palhaços, há um jogo muito forte no corredor e esse jogo se estabalece muito pelo diálogo. É até bonito de ver aquele corredor todo cheio de camas, um aglomerado de pacientes, mas quando os Doutores Palhaços ou só Palhaços chegam, tudo muda. Os pacientes logo se levantam, riem, conversam, desabafam.Com os pacientes e acompanhantes é simples, posso dizer que até é fácil.
Com equipe a questão muda uma pouco, tem gente que se abre e assim que vêem os Doutores Palhaços/Palhaços já soltam uma piadinha, um pedido de dança, mas tem aqueles que fingem que nem nos vêem.
Passo a passo o Pronto Socorro vem sendo conquistado, cada vez mais e é muito, muito bonito de ver.
Momento: Pietro/Wesley e Thatha/Thábatta(?) na sala de enfermagem, interagindo com o ambiente.
Momento 2: Prateleira/Alba entra no quarto de senhoras, uma que esta bordando a olha surpresa e diz: Como você esta bonita hoje, minha neta vai casar, estou bordando pra ela.

UTI Adulto. Um lugar que já esta mais do que conquistado. É interessante ver como os médicos e residentes ficam felizes ao ver os Doutores Palhaços/Palhaços, essa relação quase que íntima me intriga e me fascina.
Mais ainda falta um cuidado com os pacientes do local que em algumas vezes estão acordados e conscientes, mas o jogo se fecha de uma maneira tão forte com a equipe do local que eles ficam "de lado".
Momento: Prateleira atendendo o telefone da UTI.
- UTI Boa Tarde.
voz do outro lado -Quem fala?
- Prateleira
E toda a equipe cai na gargalhada.
Momento 2: Prateleira tentando contato com o Sr. Luis, que com olhos rasos d'água se comunica com ela, depois ela desenha pra ele e se despede.
Momento 3: Dra. Paty dizendo que a Thatha(?) esta mais bonita e que sentiu saudade.

Pediatria (A memória me falha). Outro espaço que é cada vez mais conquistado.
Dengo/Leandro e Loloy/Maria Cláudia(?) cantam e fazem bolinhas.
Thatha(?), Pietro e Prateleira cantam e dançam no corredor.

Importante:
Lembrar de equilibrar e dosar a energia, porque começamos com muito e quando chegamos ao último lugar de passagem já estamos um pouco cansados e um pouco do trabalho se perde.
A lógica do palhaço foge da lógica comum e muitas vezes nos esquecemos disso, seja por estarmos cansados ou afobados demais para fazer rir e acredito que nosso propósito não é só fazer rir, mas sim modificar, mesmo que seja com lágrimas ou gritos ou silêncio.

Observar é bom.

segunda-feira, 5 de abril de 2010



Sexta passada, véspera da páscoa. Os feriados de algum jeito ou outro passam a fazer parte da visita, e, como nos relacionamos com espaço e gente, acabamos também entrando no jogo do tema. Para preparação, experimentamos o jogo do zig, zap com novas "regras". A regra nova era....não ter regras tão fixas. Me incomodei um pouco porque refleti sobre o que estamos constantemente conversando. Me incomoda o caos, engraçado...é uma coisa de personalidade mesmo. Talvez eu já conviva muito com ele, e precise de organizá-lo um pouco para me equilibrar. Refletia esse jogo, a nossa problemática atual...que agora, pensando, vejo que o que precisamos mesmo enquanto equipe é encontrar o "caminho de meio" e se acertar nele. Afinal...que "regra" de feriado é essa que faz as crianças pensarem que o coelho pode botar um ovo, ainda mais de chocolate????Os coelhos são mamífe.....tá bom....eu paro gente...funciona né...mesmo sendo surreal...rs.


Qual seria talvez esse caminho? Penso que seja uma flexibilidade maior de todas as partes, a aceitação em relação à condução do trabalho com mais confiança; e, do lado de cá...a aceitação de que uma equipe seja composta de TODAS essas pessoas... que tem opiniões, questionamentos e vontades...e é preciso ter mais jogo de cintura, talvez até ser um pouco pedagoga pra lidar com isso. ( sorriso)


Bom, toda essa reflexão... aquele jogo do início me proporcionou.


A visita foi explêndida ( nossa, muito tempo que não uso essa palavra), exploramos um novo espaço onde havia uma máquina do tempo ( máquina de lavar enorme). Dengo, Gueta, Lolol e Matéria, depois nos dividimos.


Na U.T.I pediátrica, jogamos muito com acompanhantes e equipe, havia apenas duas crianças que tivemos permissão de entrar. O Erik, que está cada vez maior diga-se de passagem...brincamos com as bolhas de sabão, soprando-as pra dentro do quarto, ele ficou receptivo, nem chorou como costumava fazer. O outro menino tinha recentemente sido operado, o pai dele veio conversar com a Lolol...contar detalhes do acidente. Nesses momentos é um pouco difícil manter a lógica e o jogo do palhaço, quebrei...não tinha como manter pela forma como o pai do menino me abordou...depois retomei.


Um momento a ser reverenciado foi na passagem pelo corredor azul, perto da capela, tinha uma senhora com um aparelho de hemodiálise...Lolol e Gueta, literalmente dançaram ballet com a senhora, entre outros danças malucas. Ela sorria tanto, senti muita alegria. Nós pulávamos, cruzávamos o espaço como se fossemos bailarinas de uma grande companhia de dança, e quando nos demos conta, ali estávamos as três...dançando...mesmo ela que carregava o aparelho, se movimentava. Ai ai....pra mim foi um desses momentos - ouro puro.


Fizemos o corredor azul nesse dia, parte do hospital que nem sempre fazemos por ser passagem apenas para nós aos setores que visitamos geralmente. Foi ótimo também, os jogos mais simples costumam funcionar melhor...como um jogo de olhar e virar que estabeleci no corredor com um visitante, ele e o amigo riam tanto...e era um jogo tão simples; me surpreendi.


Pediatria também foi bacana. Senti que alguns quartos foram muitos bons, muito mesmo. E outros nem tanto...discutimos ao final que talvez tivesse a ver com o momento certo de sair, porque nos empolgamos. Por que me parece às vezes mais difícil jogar com bebês? Só cantamos, olhamos, falamos a língua dos bebês...tocamos e cantamos mais um pouco...


Ao final, o Chicão não tinha ido ( feriado) mas conversamos mesmo assim, muitooooooo tempo. Prévia da reunião que acontecerá nessa sexta que vem, valeu a pena. E conversamos outras questões filosóficas também, trazidas pelo Dengo ( versão falante ), tocamos em questões mais profundas, como a lógica do palhaço versus a lógica sem lógica do mundo objetivo que está aí...o olhar do palhaço que se faz necessário para o pediatra clown, uma vez que ele adquire esse olhar..a falta que o trabalho faz por ser um alimento muito nutritivo para que a gente se abasteça e sustente mesmo no cotidiano esse olhar, tão fundamental para nossa sanidade...etc....( não foi exatamente isso o conversado, com essas palavras...estou complementando a reflexão)

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Gente, encontrei um blog legal, de um amigo palhaço o Zé Regino, palhaço Zambelê, quem sabe a gente chama o Zé pra dar alguma formação ao grupo.
Quem quiser conhecer, abre aí, é o único blog que eu sigo, por enquanto.

Beijos.

quarta-feira, 31 de março de 2010



“Regra em metodologia pode ser um conjunto de coordenadas de funcionamento de um determinado sistema para fins de organização, ou seja para manter a ordem do mesmo."

"Regra pode ser um conjunto de leis formais de prescrições e proibições, que expõem os principais requisitos quanto à atitude do indivíduo em uma sociedade."

“Regra é uma espécie de norma que determina uma conduta”

Acredito sim na alegria, e na transgressão do palhaço... na liberdade, na paixão, na força do mesmo seja onde for. Mas discordo no tocante as regras, ainda mais no espaço do hospital. Por quê? Regras só aprisionam quando são impostas sem que aja um entendimento da importância das mesmas para o trabalho. Acredito também que exista até bastante flexibilidade nas regras que foram estabelecidas entre nós. Nenhum jogo funciona sem regras, nenhum convívio em sociedade também. A regra organiza, ela nos assegura a possibilidade de expansão e crescimento, dentro delas.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Sobre sexta...

... três clows e um grande HC pela frente.
Cantamos e começamos "o trabalho" Pronto-Socorro, UTI'S, Pediatria e umas paradinhas de leve em corredores e enfermarias.
Fomos um trio individual.
Falamos muito, sem grandes questões ou grandes regras. Jogo de palavras e descobertas. Foi um dia atípico, sem pressa e de certa forma prazeroso.
Acredito que o trabalho fluiu, rendeu.
Me questiono onde foi parar a minha vontade, a minha alegria, porque já não rio como antes, nem tenho tantas vontades como antes. "Somos do tamanho que acreditamos ser." Até quando? Até onde colocamos nossas vontades a frente de tudo e de todos, até onde podemos ir se de certa forma alguém nos barra, até onde minha vontade de ser feliz e grande incomoda os demais? Será mesmo que eu sou sempre a errada e a do contra como dizem por ai?
Minha Matéria já não é como antes, ela mudou, cresceu e quer explodir. Ela não cabe em regras, em vontades que não é dela, em questões. Ela quer ser simples, quer ser espelho, quer ser feliz.
Eu me pergunto, onde estamos errando?
Cadê nossa cara, cadê nossas vozes. Porque estamos cansados e vivemos de saudade?


sexta-feira, 26 de março de 2010


Ai, ai, ai..... Acredito que o palhaço é uma face humana que se manifesta quando nós deixamos que ela exista. Particularmente, minha face clownesca surge com grande satisfação e de maneira natural, em ambientes em que me sinto a vontade. O hospital é o ambiente em que eu e Pratileira desenvolvemos a capacidade de sermos mais tranqüilas, afetivas e de maneira geral, mais humanas. É uma escolha estar lá. É uma escolha estar no Projeto. E me sinto, ou me sentia, a vontade. Mas o que aconteceu?
Hoje, eu/Pratileira, Wesley/Pietro e Gabriela/Matéria fomos os únicos no hospital, e foi bom! Fizemos Pronto-socorro, UTI adulta e a pediatria. A UTI infantil estava recebendo novos pacientes com casos delicados e não podemos entrar. Foi tudo bem tranqüilo, mas na hora da conversa com o Chicão (o psicólogo) rolaram altos desabafos em relação ao projeto.
Acho que sentimos falta de uma simplicidade em lidar com as coisas... E várias questões surgiram que eu ainda não havia pensado, por exemplo: a minha formação clownesca e a minha relação com o hospital.
Poxa me criei clown para a rua, mas sempre trabalhei no hospital. E acredito nesse trabalho, mas e ai?! Como desenvolve-lo?
Em relação ao trabalho no hospital, penso que estamos ali para re-significar e transformar esse espaço em algo um pouco mais colorido e divertido. E nesse sentido, vai além de ser palhaço. É perceber que o projeto possibilita abrir caminhos na instutuição para que possamos propor melhorias para todo mundo. Claro que falo do que esta ao nosso alcançe; não propor milagres, mas sei lá, somos pessoas tambem, antes de palhaços, e existe uma realidade no hospital que, enquanto cidadãos que somos, podemos perceber, e a partir do projeto propor soluções ou melhorias.
Agora enquanto artista clown, estar a vontade, como eu ja disse é extremamente importante para o desenvolvimento do meu, ou do eu palhaço. Como é caber em tantas regras? É Horário, é Jaleco é isso é aquilo.... Poxa vida! Como eu disse para o Chicão, a Pratileira não cabia no hospital mesmo, mas depois de freqüentar a gente percebe como agir, da nossa maneira, e não ser evasivo ou perturbador no hospital. A gente aprende a ter bom senso!
Fazer parte do Projeto tem que ser prazeroso pra todo mundo! Os pediatras tem que estar felizes e não degladiando-se. Vamos ser sinceros, vamos respeitar os outros não é?! Parar de levar para o pessoal, ou ser egocêntrico demais, ao ponto de crer que todo mundo esta contra você e só você tem problemas.

Ser um palhaço feliz no Hospital!! Esse é o lema de hoje. ....pra mim....

sexta-feira, 19 de março de 2010

Dia Da Bagunça 19!!!!

Holla para todos los chicos e chicas, palhaços e palhaças, patos, patas, galos e dinossauros^^ Porque incluo todas essas variações de gênero e espécie? Ora! Porque hoje rolou até concurso de imitações na pediatria! Auxiliados por uma "pré-adolescente"(bom a moçinha que se denominou desta forma) de 8 aninhos, promovemos no corredor o melhor concurso de imitações de galos e outros animais que aquela pediatria jamais presenciou!!!!! Nem preciso pontuar o quanto foi divertido não é?!
Claro, claro que não ficamos só na pediatria. Eu, ou Pratileira ou eu/ela ou ela/eu e mais Matéria e o Dengo, fizemos o Pronto Socorro! Nossa, adoro o Pronto Socorro! Tanta gente... Lá a galera troca ideia, ta mais de boa, menos dopada. E lá fizemos um casamento! Aí! Super romântico: o Dengo casou com uma moça lá. Nossa, ela gostou dele mesmo: falou que ele era lindo e que ela mal podia esperar a lua de mér. Muito bonito.
Aí, a gente correu para a UTI adulta. Ai, eu não gosto tanto da UTI adulta. Aliás, eu não gosto muito das UTI's. Sei lá, Pratileira, ou eu, ou eu/ela ou ela/eu, conversa(o) muito! Aí nas UTI's o jogo tem que ser mais de olhar ou sei lá... Afff.. sou, ou somos, ou ela é, muito espaçosa(s). Hum! É mesmo! REGRAS! Eu tenho que lembrar delas: Não falar Palavrão! Lavar as Mãos! Não Gritar! Pedir permissão sempre! Uffaaaaa... tanta coisa que vai contra minha natureza.. Mas eu dou conta! Eu e Pratileira! Ou Ela/eu... ou.. Ah! Vocês ja entenderam minha confusão né?!
Bão! Hoje posso dizer que foi deveras divertido!! Exceto pelo fato de que o Pampa vai nos deixar =( Aliás vai ser bom pra ele né?! Venha quando puder Pampa! Amamos você, e suas cantadas, e suas piadas bobas e você todinho!!!!!!
Ah! Lá na pediatria fizemos um coral também!!! Muito bonito... Eu, Matéria, Pampa e ..... (esqueci o nome da palhaça da Barbarazinha) e mais umas pessoas que pararam no corredor. Nossa, música une as pessoas mesmo! Eu e ...., cantamos e dançamos em vários quartos. A pré-adolescente que eu citei acima, cantou pra gente dançar e foi ótimo! Conseguimos ganhar ate a coleguinha de quarto dela, que parecia brava e tal, mas depois super se divertiu e pediu uma música pra gente dançar.
Enfim, essa foi mais uma estória do Diário de Bordo de Pediatras do Riso e Riso, diretamente do mundo do H.C., onde tuuudo pooode acontecer.....
(sacaram a adaptação daquele programa: Mundo da Lua? ahahahaha)

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Pediatras do Riso é um Projeto de Extensão vinculado ao Curso de Teatro da Universidade Federal de Uberlândia em parceria com o Hospital de Clínicas – UFU, que no mês de junho completou 10 anos de existência. Desde junho de 1999 realiza em média 50 visitas anuais às crianças internadas no setor de Pediatria do hospital citado. As visitas são realizadas por “Doutores Clowns”, leito a leito, uma vez por semana levando alegria a crianças hospitalizadas, seus pais e profissionais de saúde através da arte do Clown, nutrindo esta forma de expressão como meio de enriquecimento da experiência humana.

Os atendimentos objetivam satirizar os procedimentos médicos, transformar o ambiente hospitalar, pois esse ambiente é marcado pela forte carga de sofrimento e stress experienciados não somente pelos pacientes e acompanhantes, mas também pela equipe médica. A soma dessa carga negativa diária acaba enfraquecendo e estreitando as relações humanas, fazendo com que a equipe médica aos poucos comece a tratar apenas a doença e não o paciente.
A intervenção dos Doutores Clowns permite a diminuição da ansiedade tanto dos pacientes e seus acompanhantes, como da equipe, permitindo-os enxergar o ambiente hospitalar de outra forma. Com isso as relações entre profissionais e pacientes são fortalecidas, criando um ambiente unido e descontraído acelerando a recuperação dos pacientes.

O projeto Pediatras do Riso, também se configura como um projeto de formação continuada, devido a isso é de fundamental importância para seus participantes o contato com outros profissionais da área para trocas de experiências efetuando assim o aprimoramento artístico e profissional.