sexta-feira, 11 de junho de 2010

Reflexões

Depois dos trabalhos de sexta fiquei me perguntando, como nossas visitas ao Hospital podem nos fazer tão bem? Como diante de tantos sofrimentos, de atitudes que nos revoltam, de momentos de tensões. Como nós podemos sair de lá satisfeitos?
É tudo tão grande, tudo tão forte e errante. Lidar com os extremos de tudo, da dor, da alegria, do medo.
Eu fico pensando que o palhaço realmente é um ser diferente, sublime, porque é tão difícil saber de histórias de violência, de maus tratos, de acidentes. Pra mim é tão difícil pensar em como mudar a vida dessas pessoas e parece ser muita responsabilidade pra um ser humano qualquer.
Que poder é esse que um simples nariz vermelho exerce sobre nós? Que poder ele tem de mudar tudo pelo simples fato de estar ali? e como é difícil lidar com isso em alguns momentos já que a primeira atitude pensável de um ser humano que se preocupa com outro é querer curar todas as feridas, todas as dores, mas nada disso está ao nosso alcance.
Todos deveríamos ser mais palhaços do que humanos.
Depois de muito pensar cheguei a conclusão de que se não fosse um simples nariz vermelho, tudo me seria pior do que parece.
Mas o que eu não entendo é como isso acontece. Que magia é essa que envolve os palhaços?

quarta-feira, 2 de junho de 2010

O Quinteto feminino do HC

Cinco palhaças mulheres (Lolol, Prateleira, Alco-iris, Gueta e Matéria)adentraram ao Hospital das Clínicas da UFU rumo ao Setor de qeimados, um pouco temerosas, um pouco ansiosas lá foram elas.
Lá chegando souberam que apenas três poderiam adentrar o setor. Dois ou um. Não valeu e quem entrou foi Lolol, Prateleira e Matéria, foram muito bem recebidas pelos Smurfs, trocaram de roupa, (decepção não ficaram iguais aos Smurfs), mas em compensação elas pareceram duendes. Uma paciente não quis a visita delas, então elas cantaram da porta mesmo e desejaram boa noite. No outro quarto qual foi a surpresa, quando de repente elas avistaram a Rainha Dora que queria muito ir para casa e um saco de dinheiro, Lolol até que tentou fazer com que ela tivesse ma viagem astral e se materializasse em sua casa, a Matéria se apressou pediu um saco a Smurfete gritou dinheiro lá pra dentro e entregou fechado a sua nova rainha, não havia muita gente habitando aquele espaço e lá se foram as duendes, voltaram a ser palhaças.

Lolol, Prateleira e Matéria passaram pelo Pronto-Socorro, o caus novamente instaurado naquele lugar. Teve uma senhora que acreditou que a Matéria tinha caido de cara no chão e machucado o nariz, disse pra ela fazer uma plástica já que o tom vermelho do nariz distoa de sua pele branquinha. O "Sr. Luis" de 93 anos abriu um sorriso lindo quando avistou as três e os quatro dançaram Y.M.C.A. e ele ficou sorrindo feliz com a visita. Lolol se foi, depois a Matéria e a Prateleira se perdeu.

Gueta e Alco-Íris aguardavam o restante do quinteto para iniciar os trabalhos na Pediatria. Por lá tudo correu bem. (memória me falta)

Em conversa com as novas psicólogas elas contaram como foi o dia, deram o abraço final e lá se foram...

Dia BOM.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Um dia Diferente



Divertido! Contrariando todas as más vontades.
Chegamos atrasadas ao hospital (bárbara e eu) a Maria já nos esperava. Resolvemos então enfrentar o setor de queimados, saimos do vestiário sem roupa nenhuma, sem maquiagem, sem ânimo de certa forma. Passando pelos corredores sem sermos vistas, adetramos no sub-mundo do corredor desumano. Batemos na porta uma enfeira nos recebeu meio sem vontade e o Dr. Marcelo estava em procedimento.
- Volta daqui meia hora.
- tá. O que faremos agora?
Vamos resolver a questão do psicólogo, não dá pra ficar sem psicólogo.
- Volto já, fui ao protocolo.
- nossa ninguém está querendo falar com a gente.
Depois de alguns minutos de espera, decidimos nos vestir. A Maria ficou pra tentar falar com as psicólogas Bárbara e eu nos trocamos.
E toda a magia de ser palhaço aconteceu, contrariando todas as contradições.

FOI UM DIA FANTÁSTICO.



Estávamos lindas,Matéria e Gueta, viemos de Paris. Saimos saltitantes e cantantes do vestiário, logo de cara nosso público nos esperava ansiosos pelo nosso grande número (piadinha), tinha umas pessoas sentadas em cadeiras tomando um pouco de Sol e um dos acompanhantes disse que a Matéria não sabia fazer nenhum número (como nesse mundo e em todos os outros, nada se cria tudo se copia, lembrei de dois saudosos palhaços que muito me motivaram e continuam a motivar, de um número grandeoso e perigosíssimo já apresentado no corredor da Pediatria por ninguém menos que Walace Wace e Pampa. Pedi uma cadeira e disse que iria realizar um número dificílimo dar um salto triplo carpado dando piruetas sem tirar os pés da cadeira, minha companheira logo entrou no jogo e me ajudou a compor a atmosfera de excitação, quando a gente deu pela gente o número de pessosas tinha dobrado, algumas pessoas apareciam até nas janelas para ver a bagunça toda acontecer, depois de várias contagens e de vendar os meus olhos, lá me fui dar o bendito salto, aplausos se seguiram e ninguém entendeu nada.
- Você tirou os pés da cadeira.
- não Senhor, os quatro pés da cadeira continuam aqui.
Ovacionadas, nos fomos, muito felizes pelos resultados adquiridos.)

Chegando na UTI adulta, deram com a porta na nossa cara e começou uma grande improvisação melodramática.
-Oh! Porque fizeste isso comigo, Oh como sofro! destitosa sou.
E aquele ambiente foi se modificando aos poucos, os enfermeiros riam e o Sr. José que estava na cama, quase caiu de tanta curiosidade, descobrimos então que ele estava de alta.
- Uhuuullll festa!!!! Cadê o bolo, os balões, a música? Vamos fazer.
O que vamos escrever.
Uhuuullll, vai com Deus e Volte sempre. Melhor tirar o volte sempre.
Com vários dedinhos sorridentes entregamos ao Sr. José seu balão de boas idas.
jogamos um pouco mais, ajudamos ele sair de vez e nunca mais voltar.

Fomos para Pediatria, uma mulher queria a alta, a Gueta me chamou, ela não se contentou muito, eu expliquei a ela que a mais alta que tinha ali hoje era eu, ela sorriu e desistiu da alta.
(memória que me falta)
Enfim, um dia diferente dos demais, um dia em que eu não dava nada por ele e foi perfeito!

Aproveito o espaço pra deixar registrado a saudade e a admiração aos palhaços citados acima. Vocês fazem muita falta!