sábado, 12 de outubro de 2013

Estou olhando para o passado recente, foi hoje à tarde, nem nove horas passadas.
Como fazer uma síntese da experiência?!
Ah... já sei!
Interrompo os dedos no  teclado e procuro  na estante um fragmento de poema: O fotógrafo – Ensaios fotográficos – Manoel de Barros

(...)
Por fim eu enxerguei a Nuvem de calça.
Representou para mim que ela andava na aldeia de braços com Maiakovski – seu criador.
Fotografei a Nuvem de calça e o poeta..
Ninguém outro poeta no mundo faria uma roupa mais justa para cobrir a sua noiva.
A foto saiu legal.

Pois é, é assim que eu olho o trabalho de hoje...e pra não passar batido, passo a  descrever um pouquito.
 Já na ida, estávamos o motorista, Renatinha , Felipe, Marcela, Ana e eu.
Falávamos de viagens, de ser mais ou menos sistemáticos e de repente entramos no papo do hospital e de que provavelmente as crianças estariam reunidas na brinquedoteca. Começamos a levantar material fossem gags ou não, quem contaria uma história etc e tal. Mesmo na porta do hospital pegando o crachá fazíamos plano de um pretenso roteiro e chegamos ao vestiário cantando – Tibum, tibum....fritinho, enrolado....Poderia ser até empanado, não?!
- Não vou chamar nossos palhaços de nossos duplos, mas de nossos unos!
Com eles saímos ainda cantando e cantando chegamos à enfermaria da pediatria, o quarteto de unos e também o trio de protótipos – Ana, Pedro e a recém-chegada Carol.
Rodinha feita para um sorteio, no dois ou um, as duplas. Brinquedoteca trancada e a salinha também. Que cada dueto passe para seu lado. Não estressa não Pedro, comunicações são assim mesmo....c’est lá vie...diria Clotilde chiquérrima.  
Curti o jogo da Renatinha. Passando maionese, toques, sapatos, carrapatos, piolhos, músicas, repiques, bicho bexiga, olhares, cheiros e beijinhos, mas não de língua. Riso frouxo e mãe que fez gravata pro Sobrown e que ganhou o nariz vermelho.  O retorno nos corredores com quadrilha e tudo – não foi de banco não, foi de festa junina mesmo....é meio fora de época...mas e daí? Quem dança, canta e toca seus males afasta. Uma licencinha pra retirada de narizes e a primeira conversa com Carol. Papo solto, girando, movimentando pra não ficar nenhuma água parada. Licencinha de novo, as menores das máscaras de novo nos rostos. Subidinha pro lanche. Hum bolo bom!!!! Caminho de volta. Florisbola desce na Rondon. Lindinha! E nós os outros? Desembarcamos no 3M e uns pequenos com laços e bolas saídos da aula de Musicalização de Bebês. Lindo entardecer de 11 de outubro. Primavera brasileira do cerrado...vida se infiltrando. Um brinde a ela!

Por Vilma

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Chuva

Chove, chove, chove e finalmente não vão mais reclamar de eu ter um guarda-chuva na minha gravata. De repente todos que me pentelhavam por causa disso agora pedem carona comigo.
Ah chuva traz uma outra energia, que alguns ajudam, pra outros atrapalham. E essa eterna troca de energia que acontece entre todos, aqueles que dã, aqueles que pegam, aqueles que trocam.
Se tenho namorada? Tenho, a Chuvisca, bem quando ela quer me namorar, as vezes ela quer as vezes não.
E deixa chover.
Vamos pra pediatria. Lá sorrisos foram abertos, olhares de quem está feliz que voltamos, risos, choros e todo esse carrossel de emoções que passam por lá.
Aqueles que chegaram a pouco, aqueles que, infelizmente, continuam lá. 
Aquela força que surge do alem, de sair do quarto e tocar.
Aquele sorriso tímido que custa a surgir, mas quando surge é para sempre.
Uma vontade de não ir embora, de ficar lá até a ultima criança sair.
Uma despedida sempre difícil de dar.
E continua a chover.